A importância da saúde ocupacional
abril 23, 2020 | Por: Helenoá Trevisan
A saúde ocupacional está diretamente ligada aos aspectos de segurança, saúde e qualidade de vida no local de trabalho
Promover o bem-estar físico, mental e social dos funcionários em seu exercício laboral. Esse conceito foi cunhado em 1950, quando a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em conjunto com a Organização Mundial de Saúde (OMS), definiu este como sendo o objetivo básico da saúde ocupacional.
Sendo assim, por definição, a saúde ocupacional está diretamente ligada aos aspectos de segurança, saúde e qualidade de vida no local de trabalho – e tem o objetivo de fazer a prevenção de problemas que podem colocar a saúde e segurança de um (ou vários) colaboradores em risco – sejam eles de ordem física ou mental.
Mas por que a saúde é tão importante para empresas? A resposta é simples: quando as empresas se importam com o bem estar de seus colaboradores, conseguem encontrar maneiras de reduzir riscos em torno das atividades desenvolvidas e ganhar em produtividade da equipe.
E então, ficou curioso para entender melhor sobre a importância de programas de saúde ocupacional nas organizações e seus benefícios, além de conhecer 6 dicas super importantes para a manutenção da saúde dos colaboradores? Continue a leitura!
Qual a importância de um programa de saúde ocupacional nas organizações?
Para além de prevenir acidentes ou enfermidades entre os colaboradores, por meio de programas de saúde preventiva, por exemplo, um bom programa de saúde ocupacional também é capaz de gerar engajamento entre a equipe, criando melhores condições de convivência no ambiente de trabalho e de produtividade.
E, claro, estrategicamente, é bem melhor prevenir do que remediar.
Mas quando se fala em saúde ocupacional, não estamos falando em ações “extras” para o bem estar dos funcionários.
Também devem ser observadas as condições gerais de trabalho, que abrangem outros determinantes importantes, incluindo horário de trabalho, salário, políticas no local de trabalho relacionadas a licença maternidade, provisões de promoção e proteção à saúde e outros.
Como está o mercado
Em uma pesquisa realizada pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) em 2016, cerca de 72% das 500 médias e grandes empresas ouvidas disseram dar alta atenção à saúde e segurança do trabalhador.
Entre os motivos que as levaram a atuar desta forma estão fatores como a maior preocupação com o bem-estar do empregado, a maior conscientização das empresas e a necessidade de prevenir acidentes.
De acordo com a pesquisa, esse investimento proporciona uma economia financeira para a empresa, diminui a taxa de absenteísmo, aumenta a produtividade e reduz os custos finais de produção.
Ainda segundo a pesquisa, a maioria das empresas ouvidas diz realizar programas de promoção da saúde de trabalhadores que vão além do cumprimento de requisitos legais.
Entre as principais ações estão a gestão dos afastamentos por doenças, executada por 87,8% das indústrias, e o monitoramento de aspectos ergonômicos no ambiente de trabalho, feito por 84% dos empreendimentos.
Em conformidade com a lei
Outro ponto fundamental para que as empresas invistam na saúde e segurança dos trabalhadores é a obrigatoriedade legal.
A principal regulamentação foi criada em 1977, com a Lei nº 6.514/77, que inseriu o capítulo V – “Da segurança e da Medicina do Trabalho” – na Consolidação das Leis Trabalhistas. Nela, foram estabelecidos os parâmetros a serem avaliados pelos órgãos regulamentadores para garantir que o ambiente de trabalho esteja voltado para o bem-estar do trabalhador.
Um ano depois, a legislação ficou ainda mais incisiva com a criação das Normas Regulamentadoras (NRs – Portaria nº 3.214/78).
São essas normas que determinam a implantação em todas as empresas, de qualquer porte ou natureza, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Benefícios no curto, médio e longo prazo
O que algumas companhias podem ver, num primeiro momento, como um gasto extra de obrigatoriedade legal, deve ser encarado, na verdade como um investimento que traz benefícios de curto, médio e longo prazo.
Ao anunciar medidas para melhoria da saúde dos colabores – que podem variar entre um programa de incentivo de alimentação saudável, prática de exercícios físicos até ações preventivas, como vacinação, por exemplo, a companhia ganha imediatamente em engajamento da equipe.
No médio prazo, os efeitos dessas práticas têm impacto na redução do absenteísmo, das licenças médicas de curta ou média duração e na melhor produtividade dos indivíduos.
Já no longo prazo, na medida em que as ações se consolidam, elas passam a fazer parte da cultura da organização, deixando-a mais atrativa no mercado.
Há, ainda, os ganhos financeiros, na medida em que ações de prevenção em saúde acabam por reduzir ausências de funcionários e aumentar a produtividade.
Além disso, prezar por um bom ambiente de trabalho torna-se essencial para, além de garantir a saúde e segurança no trabalho, aumentar a produtividade e garantir diversos benefícios a corporação. Entenda melhor abaixo.
Um bom ambiente de trabalho: invista nele
A organização do ambiente de trabalho é um dos pilares essenciais para manter uma empresa com alta produtividade. Afinal, um bom ambiente de trabalho determinará a qualidade de vida dos membros da equipe.
Sendo assim, um ambiente bem planejando – em que as características das funções a serem desempenhadas pela equipe são levadas em conta, traz muito mais resultados em termos de produtividade do que espaços mal projetados ou improvisados (e que podem, sobretudo, colocar em risco a segurança dos colaboradores de uma companhia).
Com isso, é extremamente importante que a empresa tenha por certo e definido quais são as condições sociais, físicas, culturais e espaciais que representarão o seu espaço corporativo.
Num escritório, por exemplo, é preciso proporcionar à equipe móveis de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Isso significa, por exemplo, em ter mesas, computadores, de acordo com altura e espaço para o desenvolvimento da função de maneira confortável e sem risco de lesões.
Ainda, há outros fatores a serem observados, como a temperatura do ambiente, normas de segurança contra incêndio, fácil acesso a saídas de emergência, acesso para deficientes, entre outros cuidados básicos descritos em lei.
Mas, afinal, como garantir de forma efetiva a saúde ocupacional dos colaboradores?
Ao formular um programa de saúde ocupacional, há que se ter em mente que as ações implantadas precisam fazer sentido para o ambiente das equipes.
Observar não apenas as questões de ordem ambiental, mas possíveis desgastes mentais que podem advir da prática profissional (como a síndrome de Burnout, por exemplo) e buscar orientação profissional para saná-los é fundamental para ações bem sucedidas.
De forma geral, há questões importantes que devem ser incentivadas e implementadas nas organizações. Nesse sentido, acompanhe nossas recomendações a seguir:
Confira dicas 6 dicas importantes
1. Invista em campanhas internas
É importante, ao implementar um programa de saúde ocupação, buscar formas de mobilizar o time em torno do tema. Para isso, invista na criação de campanhas para criar engajamento.
É possível criar um cronograma com campanhas temáticas para impactar todos os funcionários, como ações de combate ao diabetes, prevenção do câncer, alimentação saudável, etc.
2. Incentive a boa alimentação
Impossível falar sobre saúde sem falar em alimentação, certo? É importante sempre promover a adoção de hábitos alimentares saudáveis e conscientizar os colaboradores sobre os problemas adquiridos quando se tem uma dieta inadequada.
Se o funcionário adota uma alimentação equilibrada e saudável, o seu organismo processa os nutrientes ingeridos e fornece a quantidade de energia ideal para que ele possa executar com eficiência as tarefas do dia a dia.
3. Promova a prática esportiva
É possível incentivar programas de caminhadas e corridas com os colaboradores, criar parcerias com academias de ginástica e grupos de yoga ou meditação, por exemplo. Tudo para garantir o fácil acesso à prática de exercícios físicos.
Essas atividades podem ajudar no relaxamento e no combate ao estresse entre a equipe.
4. Implementar campanhas de vacinação
Essa é uma ação bastante eficaz e que tem sempre alta adesão nas companhias. Além de manter a imunização da equipe em dia, previne que eles sejam acometidos por surtos de doenças perfeitamente evitáveis.
5. Dê atenção à saúde mental
É fundamental que os programas procurem abordar e encarar o desafio de colocar em prática ações que promovam continuamente a saúde mental aos trabalhadores.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o princípio para se construir um ambiente de trabalho saudável é pensar em programas que levem em consideração as seguintes abordagens para o equilíbrio mental:
- Reduzir os fatores de risco provenientes do trabalho, como carga horária excessiva, insegurança de desemprego e relações tóxicas;
- Desenvolver iniciativas que motivem e valorizem os funcionários;
- Falar sobre e mostrar apoio às pessoas que passam por doenças mentais, não importando a sua causa.
6. Ouça as demandas da equipe
A medida de sucesso de uma ação está em oferecer o que público-alvo precisa.
Então, ouça o que os seus colabores têm a dizer por meio de pesquisa de opinião internas – e, claro, na medida do possível, dê voz a eles e implante no ambiente de trabalho as ações que também façam sentido para a companhia.
Em resumo, ao investir em ações para melhorar o ambiente de trabalho e a saúde da equipe, as companhias criam melhores condições de trabalho e rendimento. E os resultados disso, para além da maior produtividade, é o convívio harmonioso no dia a dia, onde ganham todos os envolvidos.
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