Empreendedorismo feminino: Papel da mulher nas empresas

criado em 10 de Maio de 2022

última atualização 20 de Setembro de 2023

Leia em 11 min

Por muito tempo, o empreendedorismo feminino foi sinônimo de luta pela consolidação das mulheres no mercado. Embora os cases de sucesso nos negócios tenham sido notáveis, o número de mulheres empreendedoras ainda era pequeno, tanto por uma questão cultural quanto pela falta de oportunidades.

No cenário atual, a situação já está diferente e caminhando para uma evolução maior. De acordo com um estudo da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional, o Brasil conta com cerca de 24 milhões de mulheres empreendedoras e com empresas ativas

O número, por sua vez, representou 34% de todos os novos negócios criados no Brasil no ano de 2018. No entanto, é evidente que ainda há muito o que mudar e crescer nesse cenário. 

Com situações machistas e misóginas acontecendo diariamente dentro das companhias, a busca por igualdade ainda é uma luta constante e real para a mulher de negócios dentro do universo corporativo.

Por conta disso, neste artigo você encontrará um panorama completo sobre o empreendedorismo feminino no Brasil, bem como as vantagens de estimular a presença das mulheres dentro do mercado, seja nas pequenas, médias ou grandes empresas. 

Acompanhe e saiba tudo sobre o tema. Boa leitura!

O que é empreendedorismo feminino?

Uma mulher com um bebê no colo mexendo n0o notebook.
Saiba como esse conceito está envolvido com a luta feminina na história.

Na teoria, podemos definir o empreendedorismo feminino como o ato de mulheres líderes abrirem e gerirem os seus próprios negócios. No entanto, na prática, essa ação vai muito além e representa a quebra de diversos paradigmas e barreiras sociais e culturais.

Em um cenário no qual a legalidade do trabalho feminino foi conquistada apenas por volta de 1907, por meio de greves relacionadas aos movimentos sindicalistas, é evidente que o papel feminino dentro das empresas sempre foi menosprezado e visto como secundário. 

Mesmo sendo maioria dentro das fábricas desde a primeira revolução industrial, as mulheres sempre tiveram dificuldade em obter bons cargos, bem como em serem respeitadas em postos mais altos. 

Nesse sentido, o empreendedorismo feminino se mostra não apenas como uma revolução no mercado, mas também um símbolo do empoderamento das mulheres no século XXI. 

Por esse motivo, é essencial que ele permaneça crescendo e receba o apoio de todo tipo de entidade, de modo que continue a ajudar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, com menos machismo e mais oportunidades para mulheres.

Dia do Empreendedorismo Feminino

O dia 19 de novembro foi instituído como o Dia do Empreendedorismo Feminino pela Organização das Nações Unidas (ONU). A data foi escolhida no ano de 2014 para celebrar e demarcar a importância da atuação das mulheres na economia, além de ajudar a promover o debate na luta contra as desigualdades de gênero.

Coordenada pela ONU Mulheres, a iniciativa busca criar uma rede ampla de apoio e visibilidade para as mulheres que há anos buscam seu espaço no âmbito econômico. Apesar de mudanças sociais referentes a papéis de gênero terem acontecido com frequência, ainda existe muito caminho a percorrer.

A data é importante também no sentido de mostrar a presença das mulheres empreendedoras atuando no Brasil. O Sebrae, juntamente com o Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), realizou uma pesquisa em 2020 que demonstra que, mulheres são 50% da população no Brasil e representam 46% dos empregadores iniciais e dentre elas, 40% pensam em abrir de 1 a 5 vagas de emprego.

Panorama geral sobre o empreendedorismo feminino no Brasil

A pesquisa de 2020 evidencia que as mulheres representam 48% dos empreendedores em território nacional, além de colocarem o Brasil em 7.º lugar no ranking em relação a outros países.

Outro dado compilado pela RME (Rede Mulher Empreendedora) mostra que a pandemia foi um fator determinante no crescimento desse número, afinal, segundo as pesquisas, 26% dessas mulheres começaram seus empreendimentos nos últimos três anos.

No entanto, é importante ler esses dados sabendo que a maioria dessas mulheres possui pequenos empreendimentos iniciados pela necessidade de prover para si e para a família durante as restrições da pandemia. Além das dificuldades do negócio em si, o acesso ao crédito foi outro fator que trouxe impedimentos.

Dentre as mulheres que participaram da pesquisa da RME, 42% tiveram seus pedidos de crédito negados. Apesar de o empreendedorismo feminino ser algo que veio para ficar e as pesquisas demonstrarem esse aumento de mulheres encabeçando negócios, existe ainda uma série de fatores impeditivos que fazem com que esse meio seja majoritariamente masculino.

Existe ainda uma cultura que favorece os homens em razão de seu gênero. Sendo assim, ainda que a data comemorativa traga o protagonismo feminino para as discussões, é essencial saber que esta é uma luta constante por reconhecimento e igualdade de oportunidades.

Razões para o crescimento do empreendedorismo feminino

Uma mulher ouvindo dois homens conversar sobre um gráfico
As mulheres líderes têm crescido no mercado: saiba o motivo.

As mulheres empreendedoras não estão surgindo apenas pela vontade de crescimento de carreira. De acordo com o Sebrae, o principal motivo que leva o público feminino a criar seu próprio negócio é a necessidade de uma nova fonte de renda. 

Isso porque vários dos empreendimentos ativos são de mulheres casadas que cuidam do lar, mas desejam ter a sua independência financeira. 

Esse ato, por sua vez, é saudável tanto para a economia quanto para a saúde mental das mulheres, que são comumente afetadas pela pressão de realizar a chefia das famílias e cuidar de todos os trabalhos domésticos.

É nesse cenário que o empreendedorismo feminino no Brasil tem se tornado um tema tão necessário. Afinal, ele representa não apenas um maior poder financeiro sendo dado às mulheres, mas também o empoderamento feminino, símbolo da nova geração profissional. 

Vale ressaltar, ainda, que a presença da mulher de negócios, de maneira real e valorizada, é um potencial para as companhias que desejam se posicionar de forma positiva no mercado, auxiliando na consolidação das marcas. 

Sendo assim, torna-se evidente que o empreendedorismo feminino precisa ser estimulado, debatido e fortalecido. 

As vantagens da presença feminina nas empresas

Como citamos anteriormente, promover a presença das mulheres dentro das empresas é não apenas um benefício, mas uma obrigação das companhias que desejam ter um posicionamento frente a questões sociais, além de uma imagem moderna perante o público.

No entanto, não é apenas por isso que a procura pelo empreendedorismo feminino para a ocupação de cargos de liderança tem crescido. 

A presença de mulheres empreendedoras acarreta em diversas vantagens para as organizações, tanto em relação a produtividade operacional quanto em uma visão geral no mercado. 

Acompanhe alguns dos benefícios que a contratação feminina pode gerar para as companhias:

  • Posicionamento de mercado, excelente para atrair novos consumidores e ter clientes engajados socialmente; 
  • Endomarketing forte, criando um clima organizacional mais favorável e positivo; 
  • Estímulo no apoio às diferenças, o que proporciona a criação de equipes mais engajadas e produtivas; 
  • Melhor visão perante a concorrência, ideal para a formação de parcerias com outras empresas do ramo; 
  • Posicionamento regional, com crescimento do nome da marca a nível municipal e estadual.

Práticas da inclusão feminina nas empresas

Uma mulher lendo um jornal em um escritório.
Saiba algumas práticas essenciais para a inclusão das mulheres em uma empresa.

Segundo pesquisa realizada em parceria entre o LinkedIn e a consultoria Bain & Company, 82% das mulheres e 66% dos homens concordam que a igualdade de gênero dentro das empresas deve ser uma prioridade

No entanto, na prática, apenas 38% das mulheres que participaram das entrevistas enxergam oportunidades reais de crescimento dentro de suas organizações. 

Esse é um dos principais motivos que fazem as mulheres empreendedoras serem parte de um cenário tão importante no nosso país. 

Mesmo que grande parte dos gestores, líderes e diretores já concordem sobre a importância de contratar mulheres, na prática, a situação ainda se mostra pouco positiva e raras são as oportunidades concedidas para as mulheres liderarem grandes corporações.

Nesse cenário, separamos algumas práticas recomendadas para as companhias que desejam promover e valorizar o empreendedorismo feminino de forma ativa e real. 

1. Inclusão a partir da liderança 

Segundo um artigo publicado na Época, grande parte das mulheres ainda se sentem pouco ouvidas dentro das companhias. Por esse motivo, elas utilizam de diferentes artifícios para mostrar seus posicionamentos, o que gera cansaço excessivo, além de afetar a saúde mental. 

A partir do momento que mulheres começam a integrar o quadro de gestão, ganham a oportunidade de também dar voz a aquelas que estão em outros cargos.

Assim, cria-se uma cadeia de bem-estar, no qual a inclusão se torna cada vez maior, o clima organizacional mais positivo e o posicionamento da empresa mais bem visto no mercado. 

2. Promover a informação em todos os níveis 

De acordo com pesquisa realizada pela Catho, no Brasil, a diferença salarial entre homens e mulheres é de quase 53%. 

Essa é apenas uma das muitas situações machistas que se repetem todos os dias dentro das companhias e que, muitas vezes, fazem com que as mulheres empreendedoras se sintam obrigadas a deixar os seus empregos e a criar o próprio negócio. 

Por esse motivo, muito além de empregar mulheres, é necessário que as organizações criem ambientes confortáveis para a força de trabalho feminina de suas empresas. Para isso, a informação é a arma mais útil e poderosa.

Sendo assim, treinamentos, workshops e palestras são importantes não só para a construção de um local adequado para o desenvolvimento profissional das mulheres, como também uma maneira de conscientizar os colaboradores homens sobre igualdade e valorização da mulher.

3. Criar uma rede de apoio 

Mesmo com toda informação, é previsível que situações nada desejáveis continuem acontecendo dentro das companhias. Afinal, na conjuntura de uma sociedade predominantemente machista, a misoginia estrutural pode se fazer presente em todo tipo de situação.

Por esse motivo, criar uma rede de apoio feminino nas companhias é uma ótima maneira de garantir a segurança das mulheres líderes que fazem parte da força de trabalho da empresa. 

Com base em princípios como sororidade e empatia, torna-se possível promover práticas que garantam um dia a dia mais inclusivo e respeitoso, criando um ambiente onde as profissionais possam se desenvolver e criar uma carreira da maneira que almejam.

10 mulheres de sucesso no Brasil

Ana Karina Bortoni Dias

Atua como CEO do Banco BMG e empreendeu o desafio de transformar um banco tradicional com quase 100 anos em uma fintech. A modernização e as ideias atualizadas em relação ao sistema bancário foram os diferenciais que ela trouxe para o cargo. Atualmente, é a única mulher na presidência de um banco de capital aberto no país.

Bianca Andrade

Também conhecida como Boca Rosa, a empresária iniciou sua carreira no YouTube dando dicas de maquiagem a preços mais acessíveis. O canal possui mais de 5,7 milhões de inscritos e, em 2019, a influenciadora lançou sua marca de maquiagem chamada Boca Rosa Beauty by Payot.

Fabiana Saad

É uma empreendedora envolvida em questões que se relacionam com a mulher e as causas relacionadas a gênero. Fundou o movimento Mulheres Positivas, uma plataforma direcionada ao desenvolvimento pessoal de mulheres que, atualmente, é vinculada pela Jovem Pan.

Jaqueline Gomes

É uma pesquisadora brasileira e pós-doutora pela Escola Superior de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas. Trabalha com questões de diversidade, visibilidade trans e questões relacionadas a racismo.

Juliana Coelho

Nascida em Olinda em Pernambuco, ela tem 32 anos e é formada em Engenharia pela Unicap. Iniciou a carreira em 2013 como trainee do Polo Automotivo do Estado e, em 2022, se tornou a plant manager do Grupo Stellantis (fusão das empresas Jeep/Fiat/Citroen e Peaugeot).

Karina Saade

Graduada em Economia pela Stanford, com MBA pela Universidade de Harvard, ela é uma executiva que possui um portfólio que inclui três anos trabalhando na Goldman Sachs de Nova York, além de atualmente ser a CEO da BlackRock.

Ludhmila Hajjar

Médica e professora universitária, ela esteve atuante no cenário de pandemia do novo coronavírus em 2019 e desenvolveu pesquisas referentes ao vírus, além de atuar em clínica médica própria em São Paulo.

Sabrina Sato

Integrou o programa Pânico por um período de 10 anos, tanto na versão radiofônica quanto na televisão, apresentou programa próprio na Rede Record e, em 2020, passou a ser a apresentadora principal do Domingo Show. Atualmente, ela apresenta o Reality Show Ilha Record e está escalada para apresentar o programa Saia Justa da GNT.

Sue Ann Clemens

Pesquisadora, pediatra e médica infectologista, Clemens esteve na primeira linha de pesquisa e desenvolvimento de testes da vacina AstraZeneca na luta contra o novo coronavírus. Lançou o livro História de Uma Vacina, pela Editora Intrínseca.

Taís Araújo

Foi a terceira atriz negra a integrar uma novela como protagonista. Em 2009, foi a primeira mulher negra no protagonismo de uma novela em horário nobre, Viver a Vida. Possui um extenso currículo em atuação na televisão e no cinema.

Os desafios do empreendedorismo feminino no Brasil

Uma mulher escrevendo em uma pasta.

Como você pôde perceber, as mulheres já são um público real e atuante no mercado brasileiro. Elas crescem a cada dia mais e nas mais variadas áreas, trazendo para a economia um novo vigor e oportunidades.

No entanto, isso não significa que os desafios para o crescimento do empreendedorismo feminino são pequenos, muito pelo contrário. 

As barreiras são diversas, tanto em relação a questões práticas, como a falta de investimento, quanto em questões mais gerais, como o preconceito real e massivo da sociedade com relação a empresas de mulheres.

Nesse sentido, os principais desafios do empreendedorismo estão concentrados na falta de engajamento e apoio, principalmente por parte de outras empresas já consolidadas do mercado. 

A ausência de apoio de quem já possui nome e capital tem um grande peso, fazendo com que, muitas vezes, as novas empresas não consigam espaço suficiente para se desenvolver. 

Por esse motivo, promover o empreendedorismo feminino está diretamente ligado a criação de uma rede de empoderamento, na qual as mulheres líderes e empreendedoras recebam apoio de outras instituições para crescerem dentro do mercado.  

Com isso, todo o caminho das novas empresas se torna mais simples, bem como as oportunidades chegam de maneira mais justa e igualitária para uma mulher de negócios. 

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